Tem aquele ditado que diz que “de boas intenções o inferno está cheio”. De fato, é muito fácil a gente querer fazer alguma coisa boa e o tiro sair pela culatra. A idéia de criar um salário mínimo é uma dessas coisas.
Imagine que você tem uma loja de material de construção. No começo era só você, tinha que fazer tudo: comprar, entregar, faturar, administrar, carregar material… mas o negócio foi bem, e você resolveu contratar alguém pra te ajudar no controle do estoque. Excelente, sobrou um pouco mais de tempo pra cuidar do resto da loja!
O negócio continuou indo bem, e você contratou mais uma pessoa pra cuidar de toda a parte de faturamento e cobrança. Ótimo, você nem era muito bom nisso! As contas da loja estão fechando, está até sobrando um troquinho no final do mês.
Daí você quer contratar mais uma pessoa pra ajudar a carregar o material. Mas aí ficou ruim: a conta não fecha. Como você tem que pagar um salário mínimo pro carregador, você percebe que não vale a pena. Se contratá-lo, ele vai custar muito mais do que o benefício que está trazendo. É melhor você mesmo continuar carregando caixa.
Resultado: o carregador não consegue um emprego, você trabalha mais do que gostaria e seus clientes são atendidos por uma pessoa suada. Todos perderam.
Os mais prejudicados por uma política de salário mínimo são justamente aqueles que têm pouco a oferecer – os menos instruídos, com baixa escolaridade –, justamente porque não conseguem produzir o suficiente pra pagar o próprio salário. E se você não consegue produzir o suficiente nem pra cobrir o próprio salário, ninguém vai te contratar.

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