Desafiando o bom senso, você resolve abrir uma empresa. Digamos que seja um pequeno comércio, coisa simples, que com sorte vai permitir que você pague as suas contas. Com um pouco mais de sorte, talvez até sobre um dinheirinho pra viajar no final do ano. Você compra móveis, aluga um estabelecimento, paga trocentas taxas, se endivida, faz o diabo… e daí aparece alguém dizendo que você é obrigado a contratar alguém que você não precisa, porque “é a lei”.
Como bom cidadão, você vai atrás e descobre que é a lei, mesmo. Está escrito. Você tem que dar emprego para alguém com deficiência, ou para um aprendiz, ou para uma cota de mulheres, ou para ex-presidiários… escolha a lei que preferir. Claro, a conta não fecha. A viagem do final do ano, pode esquecer.
Pior ainda, como você não precisava dessa pessoa, e contratou por obrigação, o seu relacionamento com ela já começa com o pé esquerdo. Ela provavelmente nem tem culpa de nada disso, mas talvez seja o bode expiatório pra sua (justificada) irritação. Dificilmente terá oportunidade de aprender de fato, e vai fazer o serviço que ninguém quer fazer.
Com que direito o governo pode te dizer quem você deve ou não deve contratar para sua empresa? Fosse uma “taxa” que você tivesse que pagar (no valor do salário, digamos), ficaríamos bravos, mas talvez fosse menos absurdo do que te obrigar a colocar dentro da sua casa alguém que você não precisa e não quer. Entregar para o empresário a responsabilidade de empregar “minorias” e obrigá-lo a cumprir essa determinação é “jogar para a torcida”, populismo barato e que só piora a vida daqueles que deveriam ser beneficiados.

Deixe um comentário