O dilema entre o legal e o justo

Você trabalhou em uma empresa durante dez anos. Nesse período, tudo que te prometeram foi cumprido e vice-versa. Nunca ninguém questionou a idoneidade de ninguém. No final, por motivos quaisquer, você saiu da empresa. Sua rescisão foi feita rapidamente, você concordou com os cálculos e recebeu tudo que lhe era devido. Saiu “de bem”, pela porta da frente, e até deu um abraço em seu antigo chefe.

Passadas algumas semanas, você estava lendo um artigo na internet e descobriu que na época em que foi contratado existia uma lei que obrigava a empresa a te pagar um benefício qualquer. Fez umas contas rápidas e descobriu que deixaram de te pagar o equivalente a seis meses de salário. Você não sabia dessa lei, não contava com esse dinheiro, na época da contratação ficou feliz pela oportunidade. Você tem uma boa dose de certeza que a empresa também não sabia dessa lei. O próprio sindicato não sabia dessa lei, pois homologou sua rescisão.

Algumas pessoas vão querer receber esse dinheiro. Talvez tentem fazer um acordo amigável com a empresa, talvez resolvam ir direto pra via judicial.

Outras pessoas vão abrir mão desse direito, afinal de contas nem sabiam dele, não contavam com ele e estão satisfeitas em saber que o combinado foi cumprido: esse direito era desconhecido e não fazia parte do acordo. Talvez avisem a empresa para que ela passe a ter conhecimento dessa lei, mas sem exigir nada em troca.

É o dilema entre o legal e o justo. Você pode exigir o cumprimento de uma lei, mesmo que ela seja injusta.

O que você faria nessa situação?

A lei está do seu lado, mas qual o valor daquilo que você combinou?
A lei está do seu lado, mas qual o valor daquilo que você combinou?

 

 


Publicado

em

por

Tags:

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *