A situação é a seguinte: você descobriu um jeito muito barato de extrair energia solar. Inventou um treco que pode ser vendido por R$10,00 e ligado direto na rede de alimentação, suprindo toda a necessidade de energia das casas. Sua invenção vai revolucionar o mundo.
Você começa a produzir. Claro, por esse preço e com uma qualidade fantástica, todo mundo vai querer comprar um aparelhinho seu. Em poucas semanas você simplesmente “tomou” 100% do mercado. Não só está ganhando dinheiro, como melhorou a vida de milhões de pessoas.
Daí aparece alguém e diz que você não pode dominar 100% do mercado, que isso é um absurdo. Você não fez nada de errado, não consegue entender o que estão falando. E sem mais nem menos, te obrigam a contar o segredo da sua invenção para que outras empresas possam produzir e concorrer com você.
Você é um monopolista criminoso, porque inventou algo útil antes de todo mundo.
Outra situação é a seguinte: o governo resolve que apenas empresas com autorização podem produzir energia. Você inventou esse mesmo aparelhinho, mas não conseguiu um alvará pra sua empresa. Não pode nem começar a produzir. Três grandes distribuidoras, cujos donos são amigos de alguém do governo, conseguiram alvará, e continuam oferecendo a mesma porcaria de sempre: energia cara, instável, poluente.
Não chamam isso de monopólio, e sim de regulação de mercado.
O mal não está em deixar uma empresa ficar grande demais ou tomar uma parcela enorme do mercado. O mal está em criar leis que impeçam que surja alguém disposto a brigar com o gigante. Isso não é o mercado em funcionamento, é apenas a mais suja proteção estatal aos amigos.

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