Algumas pessoas confudem a noção de liberdade com a ideia de poder ilimitado. O argumento básico é o seguinte: se uma pessoa não tem a liberdade de expressar a sua opinião no horário nobre da televisão, ela não é, portanto, livre. Talvez essas pessoas realmente acreditem no absurdo que estão dizendo, ou talvez sejam apenas enganadores profissionais “falando pra ver se cola”. E o pior é que cola.
Liberdade é a autonomia que uma pessoa possui para escolher entre duas ou mais opções. Simples assim. Olhando pelo lado contrário – o que às vezes facilita bastante – a falta de liberdade é aquela situação em que um indivíduo não possui autonomia para fazer uma escolha, e deve aceitar uma decisão externa.
A palavra “decisão” é muito importante. Aquilo que não permite uma escolha, e portanto uma decisão, não diminui a liberdade de ninguém. Por exemplo, eu não posso voar. Mas isso se dá simplesmente porque não tenho asas. Ninguém está me impedindo de voar. Minha liberdade não está diminuída por ninguém.
Também ninguém é mais ou menos livre por ter uma quantidade maior ou menor de opções de escolha. Se eu estiver em um lugar que possui apenas dois restaurantes, eu não me torno menos livre do que em um lugar com dez restaurantes. A minha liberdade de escolher permanece a mesma.
O aumento da quantidade de escolhas é um fator importante para melhorar a qualidade das decisões, mas não se confunde com a autonomia do indivíduo para decidir. O fato de eu não ter a opção de divulgar minhas ideias no horário nobre da televisão não me torna menos livre, pois eu continuo livre para escolher quaisquer outras opções, inclusive optar por não divulgar minhas ideias.

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