É comum ouvir alguém criticar um ou outro político ou partido chamando-os de incompetentes. Dizem que fulano acabou com a educação, que ciclano não faz ideia de como cuidar da saúde pública, que beltrano administra mal os recursos do município/estado/nação. Mas talvez a realidade seja um pouco mais aterrorizante do que um simples caso de incompetência.
Quando falamos que alguém é incompetente, estamos dizendo que essa pessoa não possui as características necessárias – conhecimento, por exemplo – pra fazer alguma coisa. Por exemplo, se alguém dissesse que eu sou um médico incompetente, teria toda razão: não tenho nenhuma formação ou conhecimento pra distinguir uma tosse seca de um caso grave de hanseníase.
Acontece que a competência está ligada a uma expectativa. Eu sou um médico incompetente porque não conseguiria diagnosticar nem curar outra pessoa de nenhuma doença. Mas se eu tivesse um plano secreto e, na verdade, quisesse fazer os pacientes sofrerem – e não curá-los –, minha competência teria que ser avaliada de outra forma: pela minha capacidade de manter os pacientes doentes e fazê-los sofrer.
Antes de dizer que o político “x” ou partido “y” são incompetentes, pense melhor “com qual régua” você está fazendo essa medição. Não adianta usar a sua expectativa como referência. Se você realmente quer fazer esse juízo de competência, deve descobrir qual a intenção real daquele que está sendo analisado e, daí sim, analisar seu nível de competência.
Acredite, faça esse exercício e você se surpreenderá: a realidade é assustadora, e os políticos e partidos, de modo geral, são muito mais competentes do que você imaginava.
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